Congelamento dos preços da passagem do transporte coletivo é alívio no bolso do trabalhador da região metropolitana de Goiânia

6 de abril de 2022 às 11:28

Foto: Seplanh Goiânia

Renato Rodrigues

Em tempos em que a inflação no Brasil ultrapassa 1% ao mês, a medida tomada pelo Governo de Goiás e pelas prefeituras de congelar o valor do bilhete do transporte coletivo na região metropolitana de Goiânia representa um alívio importante para o bolso do trabalhador. Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no país foi 1,01%, exatamente a maior variação registrada no mês de fevereiro desde o ano de 2015. Naquele período o IPCA calculado pelo IBGE ficou em 1,22%.

Na prática, isso só é possível devido ao subsídio pago diretamente pelo erário, que fixa em R$4,30 o preço da tarifa. E favorece o trabalhador que depende do ônibus diariamente e já sofre bastante para conseguir pagar tantos outros aumentos contínuos, como o da conta de energia e dos combustíveis. A previsão é de um custo acima dos R$ 70 milhões somente em 2022 para o poder público manter o valor do bilhete sem reajustes.

Gastar dinheiro com o subsídio representa investir na economia da forma mais direta possível. O salário do trabalhador já anda corroído pela inflação e dilacerado pela carestia. E uma boa parte desse dinheiro, que seria usado para custear os aumentos da tarifa do transporte coletivo, pelo menos por enquanto será destinado para garantir os itens da cesta básica. E não tá fácil pra ninguém. Até mesmo aquela pessoa que está acostumada apenas com o básico passou a ter que se contentar com o “básico do básico”.

De fato, a crise econômica do Brasil acelerada pela pandemia da Covid-19 e que deixou milhares de trabalhadores sem emprego e renda ainda não foi superada. E justamente pela proporção da alta que atingiu itens do consumo considerados essenciais, como alimentação, moradia e energia elétrica, qualquer ajuda é muito bem-vinda.

Em um cenário em que, para muitos, voltar a comer carne bovina naquele festivo churrasco de fim de semana com a família e os amigos ainda parece ser um sonho distante, um gasto a menos com transporte já serve de alento.

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